domingo, 7 de agosto de 2011

O Cigano Peregrino - 14

Acho que caímos durante anos e chegamos suavemente a uma Dimensão familiar, mas que eu ainda não conhecia a fundo. Estávamos na Segunda Dimensão.

Richard desapareceu e eu me vi só, até o momento de surgirem próximos a mim sete homens baixinhos e engraçados e falarem em uníssono:
- Quem é você? – Perguntou-me.
- Gilberto.
- Que busca aqui?
- Conhecimento. Quem são vocês?
- Somos uns dos Guardiões da Segunda Dimensão. Somos os Gnomos. Ainda há as Fadas, as Salamandras, os Silfos, as Ondinas, inúmeras forças que regem a Natureza e inteligêmcias radioativas, químicas, minerais, virais e bacterianas. Nosso Reino se chama Telúrico, porque expressa as grandes forças internas da Terra. E isso significa que a vida começa aqui.
Vi-me cercado por uma multidão ínfima de microorganismos e elementais de todo o tipo e percebi a importância deles, pois não havia uma parte sequer na qual eles não estivessem. Até que uma Ondina me cumprimentou:
- Eu sou uma Ondina. Elemental da Água.
- Encantado. Eu sou Gilberto...
- Aqui você aprenderá a materializar  o que deseja com a diminuição ou aumento das frequências.
- Como assim?! – Eu estava maravilhado.
- Através da Alquimia. Sua mente é o dínamo gerador de todas as suas alegrias e tristezas, de tudo o que você deseja. Tudo o que você pensa e sente é plasmado e tende a se concretizar.
- Como posso materializar o que desejo se nem sei lidar com frequências?
- É o que você pensa. Concentre-se...
Fechei os olhos, respirei fundo e me concentrei na respiração.
- Pense num mineral qualquer. O primeiro que vier a sua mente...
Pensei num cristal de rocha.
- Sinta a força desse mineral – continuava a Ondina – É um Cristal de rocha, não é?
- Sim.
Senti a força do Cristal e de repente me lembrei do Cristal de Ferro. Logo depois me vi tocando um cristal e sentindo sua vibração. Ele estava vivo! Percebi a frequência do mineral e perdi a velha noção que aprendi na escola que diferenciava seres vivos de seres brutos.
- Agora vamos ver como se sai com a água. Você é capaz de criar um lago aqui e de se banhar nele.
- Isso é demais para mim.
- É nada. Pense e sinta com o seu poder. Seja um Geomante, leia as mensagens da Terra, harmonize com suas próprias mensagens e crie o que desejar.
Plasmei um lago cristalino onde me vi tomando banho. Senti uma pontada na cabeça e parecia que eu ia desmaiar, mas quando julguei estar perdendo os sentidos, vi-me boiando nas águas de um lindo lago de águas claras. As Ondinas brincaram e namoraram comigo até me levarem à exaustão.
Devo ter adormecido e quando acordei me vi diante de uma língua de fogo sobre uma pedra:
- Eu sou uma Salamandra, Peregrino. Sou o elemental do fogo.
- Eu posso gerar fogo?
- O fogo está dentro de você. Faça-o nascer fora.
Imediatamente localizei alguns arbustos e me concentrei neles. Após algum tempo, começou a sair fumaça e por  fim veio uma pequena chama, que foi crescendo aos poucos e se constituindo como uma bela fogueira.
Depois disso, com a ajuda dos Silfos, gerei correntes de ar; e com alguns vírus, as doenças e suas curas; conheci mais a fundo a estrutura das bactérias e me senti profundamente multidimensional e liberto.
- O que quer criar? – Perguntou-me uma lagarta.
- Uma estrada! – Respondi a primeira coisa que me veio à mente.

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