terça-feira, 26 de julho de 2011

O Cigano Peregrino - 8


Penetramos num imenso Tubo, onde pude vislumbrar sete cidades distribuidas em espiral, como se fossem os sete chakras ligados à minha coluna, como me falou minha amiga Clara.
- Aqui, Gilberto, estão guardadas as sementes que comporão todas as raças pelos séculos sem fim. Cada uma dessas cidades que você pode ver, tem sua correspondente no continente.
Com o passar dos dias, se é que esta marcação de tempo existe naquele mundo, eu percebia que não havia noite. Parecia sempre que o dia estava amanhecendo ou se findando. Havia muitos laboratórios e engenheiros genéticos fazendo experiências e estudando. Xavã me mostrou a diferença do DNA dos humanos nascidos de 1970 até nossos dias e de muitos nascidos antes disso:
- A Humanidade já foi mais avançada há muito tempo atrás, quando tinha doze fitas de DNA. Essas doze fitas se conectavam com os doze chakras...
- Doze?! Não são sete?
- Os outros cinco ligam o ser ao Universo. E como eu ia dizendo, através dessa conexão era  fácil acessar toda a herança espiritual. Algumas inteligências retiraram dez fitas da estrutura genética humana, lesando-a a fim de manipulá-la. Hoje embora muitos ainda só possuam a dupla hélice com duas fitas, muitos que nasceram na década de setenta, como você, já têm as doze de volta.
- E qual a finalidade disso?
- Evolução, meu caro. As Crianças Índigo vieram ao planeta para ajudar toda a humanidade a dar o Salto Quântico. São os seres nascidos com o DNA recomposto.

No tempo em que passei em Agartha, fiz amizade com alguns cientistas e pude também aprimorar meus estudos em genética e descobri que a espécie humana não é privilégio da Terra, pois em muitos outros planetas ou há humanos, ou humanóides que assim foram criados de forma que melhor pudessem exercer o livre arbítrio. Descobri também que as raças que habitam na Terra, todas, provêm de outros mundos, de outros planetas e foram se modificando para se adaptar às condições climáticas, de vegetação e de relevo das mais variadas regiões terrestres.
Depois de eu ter me enriquecido com tantas informações vindas dos pesquisadores, despedi-me deles e Xavã me pegou pela mão, convidando-me para um passeio:
- Estamos deixando Agartha – disse-me.
- Eu sei. Para onde vamos agora?
- Vamos à Oitava Cidade.
- Pensei que havia apenas sete.
- Não. Há a Oitava, onde vive o Rei do Mundo.
- Fale-me dele.
- É uma Inteligência que dirige a evolução Humana.
- Poderei vê-lo?
- Claro. É para isso que vamos lá.

No exato momento, já estávamos na Oitava Cidade, diante de um Portal Luminoso. Nós o cruzamos e paramos diante de uma escada de sete degraus de pedra que dava numa pequena colina.
- Pise em cada degrau desse com a intenção de estar ultrapassando seus próprios limites – Xavã me recomendou.
E assim o fiz. A cada degrau, me senti mais distante do que fui, do que eu era. Como se a cada subida, o ego fosse se fragmentando, a casca fosse se partindo e toda a minha luz interna e minha real e divina expressão se evidenciasse. Quando cheguei ao sétimo degrau, vi um Ancião de olhar firme e amável e ao seu lado, estava a sua Consorte, uma senhora luminosa que transmitia paz e serenidade. O olhar de ambos me fez cativo e apaixonado. Eu via diante de mim o Sol e a Lua, o Alfa e o Ômega, a Ideia, o Movimento e a Conclusão. Não nos dissemos nenhuma palavra e só pelo olhar daqueles dois seres, bebi de tanto Amor e Sabedoria, que percebi uma verdade que ninguém mais mudaria: jamais eu me permitiria me sentir triste outra vez. Aquilo era muito pleno e se depois de o haver vivenciado eu me permitisse a um instante de tristeza ou desânimo, de nada teria valido a experiência.
Não sei por quanto tempo fiquei olhando nos olhos daqueles dois. Até que eles telepaticamente me disseram:
- Nós somos o Graal. Você é o Graal.
Senti meu peito abrir, dilacerar e me peguei amando a tudo incondicionalmente. Fiquei tonto, fechei os olhos e me senti perdendo os sentidos...

Nenhum comentário:

Postar um comentário